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Brazilian Day discute oportunidades para a biodiversidade brasileira na COP15

Evento reuniu vozes de diversos setores da sociedade para discutir as oportunidades e responsabilidades para o Brasil na agenda de biodiversidade.

Foto da abertura do evento na COP15.

A biodiversidade é a base da saúde do planeta e tem um impacto direto sobre a vida de todos nós, uma vez que as seguranças alimentar e hídrica dependem dela. Além disso, a perda de biodiversidade é considerada pelo Fórum Econômico Mundial o terceiro principal risco global. Mais da metade da produção econômica mundial (US$ 44 trilhões por ano) é moderada ou altamente dependente dela, o que traz nítidos riscos para a geração de empregos e renda. Neste contexto, o Brasil, país mais biodiverso do planeta, tem grandes desafios, oportunidades e responsabilidades com a sua proteção.

Pensando nisso, o CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), a The Nature Conservancy (TNC) Brasil e o WWF-Brasil promoveram o “Brazilian Day, a diversidade é a nossa natureza”, evento paralelo à COP15, a Cúpula da ONU para a Biodiversidade, no Canadá.

Entre os temas debatidos estiveram a meta “30x30”, que propõe conservar 30% dos habitats naturais da Terra até 2030, além do novo Marco Global para Biodiversidade (GBF), que vem sendo considerado equivalente ao Acordo de Paris para a biodiversidade e que está em construção na COP15. Os acordos que formarão a peça serão fundamentais para deter e reverter a perda da natureza, conduzindo o planeta a um modelo de desenvolvimento em harmonia com a natureza até 2050.

O Brazilian Day foi um dia inteiro de intensos debates, em que representantes de diversas organizações estiveram reunidos buscando contribuir para o Novo Marco Global da Biodiversidade, que orientará as ações globais sobre a natureza até 2030. Os painéis abordaram as expectativas para a Conferência; os desafios e oportunidades para o Brasil na implementação do Marco pós-2020; financiamento para biodiversidade; cadeia de valor e bioeconomia; e terminou com um painel sobre os biomas brasileiros.

Segundo Henrique Luz, gerente técnico do CEBDS, o atual cenário coloca em risco atividades como a produção de alimentos, a pesquisa de novos medicamentos e cosméticos, a recarga de fontes de água potável e a oferta de matérias-primas para atividades comerciais e industriais.

“A colaboração entre os setores público e privado é essencial. Ao colaborar na definição de metas e métricas para a operação e priorizar investimentos em soluções sustentáveis, as empresas querem promover, já no curto prazo, um novo modelo de desenvolvimento, baseado em uma economia verde, que gere empregos e renda de forma sustentável”, detalha.

De acordo com o gerente de Políticas Públicas do WWF-Brasil, Michel Santos, a COP15 tem o desafio de encorajar e apoiar as Partes a desenvolverem políticas nacionais para implementar Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), para gerar recursos adicionais para conservação, restauração, gestão sustentável e uso sustentável esforços, contribuindo para a implementação do GBF.

Quote: Frineia Rezende

Ações ambiciosas, financiamento e implementação em campo, gerando benefícios sociais, ambientais e econômicos deverão ser a base do que está sendo chamado de uma nova economia.

Diretora Executiva da TNC Brasil

“Neste sentido, o Brazilian Day trouxe experiências nacionais em andamento com mecanismos financeiros e pagamentos por serviços ecossistêmicos para apoiar e estimular atividades de conservação, restauração, manejo sustentável e uso sustentável, por meio do envolvimento do setor privado e outras partes interessadas relevantes, incluindo povos indígenas e comunidades locais”, destaca.

A diretora executiva da TNC Brasil, Frineia Rezende, destacou que dessa COP precisa sair um efetivo plano de ação que garanta o sucesso das metas e, para isso, segundo ela, é urgente e necessário o fomento à sociobiodiversidade de forma a garantir o desenvolvimento econômico sustentável e manutenção da floresta em pé com toda a sua vasta biodiversidade,além da garantia de direitos.

“Ações ambiciosas, financiamento e implementação em campo, gerando benefícios sociais, ambientais e econômicos deverão ser a base do que está sendo chamado de uma nova economia, com redução do desmatamento, restauração e valorização da floresta em pé. Neste sentido, também é nossa expectativa que a defesa de direitos não seja apenas um preâmbulo do novo acordo, mas sim um objetivo que esteja presente entre todas as metas, de forma a influenciar os debates, valorizar as pessoas e o conhecimento tradicional, e ser refletido de forma concreta em políticas públicas nos países”, explica.

Vale lembrar que, segundo a Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, um quarto das espécies de plantas e animais está ameaçado de extinção.